segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

And I never let you go...

Hoje acordei disposta a lembrar.
Cansei daquele papo 'impedida de lembrar,com medo de esquecer' : é tão mimimi e nunca eficaz,e acredite,não melhora a vida.Lutar contra lembranças é algo cansativo, até mais do que a minha corrida matinal diária que faço pensando em quantas vezes quero passar na tua frente e te fazer querer correr atrás de mim,ou pra mim se preferir - também não seria nada mal.
O fato é que eu cansei de te expulsar,até porque a sua teimosia consegue ser maior que a de uma porta,e desconfio ainda que esta me ouve de fato,porém,contudo,no entanto,eu ainda te prefiro.Seria menos complicado preferir a porta da minha casa,é verdade;ela não iria me contrariar,nem me irritar,nem fazer caras e bocas enquanto falo.Mas eu logo me cansaria,antes até de ela se cansar de mim,porque de fato ela é bem paciente.Aguenta tudo a companheira.As vezes que eu a bati na sua cara,e que você cansava tuas mãos - que são minha paixão enrustida - de tanto esmurra-la pedindo pra que eu voltasse.E eu sempre voltava.Te chingando e te odiando de todas as formas possíveis,e te mandando sumir da minha vida.Sorte a minha que você nunca me ouviu,como sempre.Sorte a nossa,que havia uma porta e ela sempre esteve aberta,tanto à sua quanto a minha,mesmo quando insistimos em dizer que esta foi trancada e a chave jogada fora.Ah,e como - em certos momentos -  eu queria fazer isso,e até mesmo LHE jogar fora e te mandar pra recliclagem.Te tornar melhor pra humanidade e não causador de problemas ambientais no mundo,no meu mundo,porque você acaba com o meu ambiente,todos,sem excessão.
Você me degrada tanto,e eu gasto todas as minhas fontes de energia,renováveis ou não,pensando em você,querendo você,e não admitindo nada disso pra mim,nem pra você.Nem pra a porta da minha casa que é a nossa maior testemunha.A porta que por tantas vezes eu também fechei e não te deixei ir embora.E que você também fechou dizendo que não voltaria mais,e logo depois voltou,me jurando ódio eterno e me enchendo de beijos e sorrisos.
A minha porta já até aprendeu a sorrir,de tanto que eu sorrio pra ela depois que você a fecha quando vai pra tua casa. Para a porta,para os sofás,para o computador. Para as paredes,para as flores,para as lembranças.Então pela última vez no dia eu a abro,e olho você ir,e exatamente na esquina você pára o carro e abre o vidro,olha pra trás me fazendo recordar a cena típica,e eu sorrio como sempre faço em todas elas,um sorriso equivalente a um dia inteiro do seu lado,sorrindo.E você se vai,e eu fecho a minha porta.Da casa,das lembranças,dos planos,mas deixando a porta da minha vida permanentemente aberta pra você;ela não possue trancas,só uma maçaneta do lado de fora,que só você poderia fechar,mas não quer.Não quer e não faz,assim como eu não faço com a tua.Nunca farei,porque eu nunca vou sair da sua vida,nem que num momento de total insanidade você me permitisse fazer isso;você nunca deixa: me prende à você com tamanha covardia,e eu nem sinto vontade de fugir de você.Só COM você,para fora do meu escudo de proteção,da minha casca de indiferença,e da minha própria porta.Fugir pra vida,pra sua vida,ou até pra nossa.Fugir para nossa singularidade,para fundir duas dissertações formando outras tantas várias,com capítulos,partes,e tantas vírgulas,mas nunca com um ponto final,porque,afinal de contas,o meu sempre será você.

Nenhum comentário: