quarta-feira, 31 de março de 2010

Veja o filme,ouça a música,relembre os fatos,não quebre o contrato.

Não é amor,não é nada disso.Passa longe de sentimentalismo e afins.E toda essa infinita distância entre a falta de racionalidade e minha razão socando minha caixa craniana querendo se libertar à todo momento para me afastar ainda mais disso tudo,é que me faz querer você por perto mesmo quando algo me diz que eu não devo querer agora.Eu quero sempre,e eu sempre quis.E eu já te disse tanto que agora me calo e deixo você ver e ouvir o que eu não digo,fazendo exatamente o que eu queria que fizesse,e sentindo exatamente o que lutamos todos os dias para não sentir.Perdendo o fôlego ao cruzar meu olhar com o seu.Se perdendo e não querendo achar o caminho de novo quando me têm por perto,bem perto,o suficiente para cruzar os braços na minha cintura e dizer que não me largará nunca.E eu me solto de toda a minha vontade infinita de viver andando em frente e descobrindo tudo novo que por ventura (e obviamente) cruzaria o meu caminho,e volto correndo,andando para trás,só porque não evoluir é sinônimo de cruzar com você de novo.E cruzar as nossas linhas de novo.E ver desenhos e cores por todos os cantos de todos os lugares que eu passo sozinha,e fazer as pazes com todo o colorido dos meus dias que você está presente.
É loucura,é absurdo,mas é o sentimento de vida,e o de não somente existência que me fazem atender o telefone,responder a mensagem,ceder à insistência e abrir mão dos meus escrúpulos só para não te deixar ir embora.Te mandar ir embora.E lutar contra tudo isso para não querer ir junto com você,e suas frases tolas,suas piadas sem graça,sua voz tão péssima para o canto,e tudo o mais de errado e ruim que você possui,mas que deixa todo o errado com uma cara de certo.
Isso não dura muito tempo,mas o suficiente para me fazer te incluir nas minhas linhas escritas com um sorriso no rosto,uma cara de boba,e uma vontade louca de respirar fundo na sua nuca e sentir o perfume inebriante que só ela possui.Eu que achava que querer algo assim,sem jeito,explicação ou sentido fosse totalmente idiota,estou feliz aderindo à idiotice,mesmo que eu queira tudo isso somente por hora.
Meu escudo protetor impenetrável perde a eficácia quando tenho você por perto,e eu desisto de colocá-lo à postos de novo só para não correr para muito longe.E então permaneço muito perto,usando e abusando dessa nossa novela sem final que há tempos eu vejo passar e não consigo encontrar em mim vontade o suficiente para mudar de canal.
E nós assistiremos ao mesmo filme repetidas vezes,e sempre saberemos o final,e isso nunca será uma desculpa relevante o suficiente para que você deixe de querer encostar a cabeça no meu travesseiro e dormir tranquilo,e eu nunca vou deixar de querer olhar você dormindo e implorar para que esse momento não acabe nunca.E ver ele acabar,e continuar seguindo e esperando contente até os meus planos,meus sonhos,que tomamos cuidado para que não sejam sonhados juntos.
Continuarei tomando o mesmo chocolate quente na mesma esquininha de sempre,ouvindo suas histórias malucas e dando risada das nossas infantilidades.Direi todos os dias antes de dormir para os meus ouvidos teimosos pararem de querer ouvir o seu boa noite,e avisar para meu coração permanecer alí quietinho.E quero fazer tudo isso sem a indecisão entre o certo e o bater na sua porta no meio da noite e te dizer que esqueceu algo em casa,e quando você perguntar o que,dizer que esqueceu de mim.E que eu pertenço à você.E que nós somos exatamente um o que o outro precisa.
Então esquecerei isso depois,lembrando sempre que no nosso contrato não estão incluso finais de semanas inteiros,mãos dadas e abraços inesperados,e romantismo à flor da pele,mesmo que isso escape,e sua mão meio tímida encontre a minha na sala do cinema,e sua saudade te obrigue a me abraçar como se nada mais fizesse sentido no mundo sem aquilo,e você diga o quanto eu sou linda e o quanto me quer pra sempre quando o nosso 'de vez em quando' resolver aparecer.
Lembro-me todos os dias daqueles que me ligam,me mandam flores,me fazem elogios e querem algo tão concreto que me fazem ignorá-los e buscar toda a falta de explicação em tudo isso que a gente vive.E ignoro as ligações,as flores,os elogios,e todos aqueles,que se tornam tão somente aqueles outros quando não são você.
E eu posso conviver com isso,e com toda essa brincadeira de viver a vida intensamente,e com toda a intensidade da sua mão tocando a minha nuca que me faz perder muito mais do que somente um segundo de ar.E com seu cabelo bagunçado que eu continuo achando o máximo mesmo depois de tanto tempo.E com o seu jeito meio bobo de dizer que sentiu minha falta,me ligou sem motivos,me procurou sem motivos,e desejava ter todos os motivos do mundo para cruzar comigo à todo instante da sua vida,que se torna tão monótona quando não é tomada pela minha neurose compulsiva pelo meu cabelo arrumado,maquiagem no lugar,roupa combinando,e tudo isso para parecer suficientemente bonita para que você nunca se canse de dizer abobada e subentendidamente tudo que eu sempre ouço,e sempre vivo,e sempre quero.E vou continuar querendo e deixando ser só daqui para fora,porque é isso que diz o contrato.E deixarei também sua mão insistente procurar a minha quando andarmos pelo shopping,e sua boca teimosa vir de encontro a minha quando eu lutar para me libertar de tudo aquilo que eu quero que me prenda para sempre,e a sua existência tão perturbadora entrar porta adentro da minha vida e bagunçar tudo e acabar com a minha compulsividade por organização.E coisas corretas.E com a certeza de tudo que eu vivo e a previsão de todos os resultados.E te deixarei me fazer querer viver tudo isso só mais uma vez.E mais duas.E até quando a minha irracionalidade vontade de viver deixar.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Todo o sentimentalismo à quilômetros de distância.

Esse negócio de distância nunca foi um problema tão incômodo para mim.
Ás vezes dói,ás vezes passa,ás vezes volta,mas quase sempre causa saudades.
Depois de mais de um ano eu ainda vejo cada cena mínima passar como um filme na minha memória cheia de lembranças resolvidas pela metade,buscando a continuação de tudo que nós deixamos para trás.Querendo tudo que ficou ali intacto.Desejando que quilômetros se tornassem meros centímetros,só me distanciando do seu rosto um pouco para o depois ser ainda melhor.
Esperando,esperando...
As histórias dos meus livros preferidos me pedem para esperar você...
As músicas tocadas no rádio pedem para esperar pela gente...
Minhas vontades reprimidas pedem para eu não deixar de querer tudo que nós planejamos juntos...
Até a minha playlist aleatória do celular me avisa a todo momento que você ainda está aqui,aí,e em todo lugar para onde eu quiser ir,seja para tentar fugir disso,e da minha saudade,e dos seus cílios tortos que atormentam a minha lembrança e me fazem ficar no mesmo lugar,e querer andar para trás só para cruzar com você de novo.Te abraçar de novo.E ouvir você dizer mais uma vez que vai voltar.E ver você cumprir.E te ver tocar ao violão a mesma música novamente,somente por saber que é a minha preferida [I know a girl She puts the color inside of my world But she's just like a maze Where all of the walls all continually change And I've done all I can To stand on her steps with my heart in my hands Now I'm starting to see Maybe it's got nothing to do with me...♫]. E entender todas as noites,em cada risada sua vista por mim nas nossas conversas de vídeo via internet que a sua única vontade era aparecer na minha porta de surpresa novamente,mas ao invés de dizer que precisa ir embora,explicar só com um olhar e o seu abraço disparador de corações em mim que vai ficar,permanecer,estar para sempre aqui.
Talvez pareça utopia demais e uma atitude boba demais para uma mulher ingênua demais numa situação complicada demais,porém,nada alegra mais meu pensamento do que acordar e adormecer ouvindo ''Please believe me find it in your heart to reach me promise not to leave me behind'',e entender que isso é muito mais que a letra de uma música enviada junto com um email de aniversário,e que nada consegue ser maior do que a nossa distância e a nossa espera,e a minha fé no desconhecido,nos planos,e nas nossas vontades mútuas.
Minha vida,meus planos,e meu mural de fotos é abarrotado de você,e da gente.Da foto do meu nome escrito na neve,e da outra que você tirou das nuvens só porque lembrou de quando eu disse que nunca havia visto o céu tão de perto e a terra lá de cima,quando tudo fica pequenininho e você se sente tão mísero diante de tanta imensidão.E fez questão de escrever com letras enormes atrás de que eu posso me sentir mísera diante de tudo isto,mas sempre serei o maior presente da sua vida.
Cada vez que olho para tudo isso,e para tudo que vivi,sempre encontro um pedacinho de você perdido ali entre tantas coisas sem graça e sem sentido,e me agarro à eles com tanta força para não te deixar se perder de mim.E eu me perco procurando nas minhas lembranças coisas que para me fazer esquecer de tudo isso por um tempo para que eu continue vivendo por aqui,dormindo abraçada com o bichinho de pelúcia que você pegou naquele parque de diversões e me entregou inusitadamente de presente,mas querendo sempre o seu abraço aconchegante para sair dessa sensação de frio que passa por mim todos os dias.Outono,Inverno,Primavera,Verão.E lá se vai mais um ano,e você ainda continua a[í]qui.E eu continuo a[qu]í.E nós continuamos assim.
E nada disso não vai passar, nunca, pois eu não vou deixar que passe...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma pitada de sentido entre tantas linhas tortas.

E eu acredito cada dia mais que você é tão e somente um cara burro porque não entende as minhas ironias,as minhas mentiras,e tudo que eu digo quando fico calada só observado as tuas ações;eu observo as tuas,e você não compreende as minhas,agindo de forma errada e - como sempre - achando que é o mais certo que pode/deve/quer fazer.
É muito te pedir para ignorar?Pode parecer um absurdo completo,mas as minhas súplicas para que você se fosse e desistisse e esquecesse da gente é só o meu jeito meio maluco de pedir para que permaneça,um jeito meio perturbado de te procurar de novo,de te convencer de novo,de talvez te confundir de novo,e fazer com que a pulguinha atrás da sua orelha te empurre para a nossa história sempre escrita pela metade.
Eu não canso nunca de ler o mesmo livro e ver o personagem principal cometer os mesmos erros,fazer as mesmas ligações,e para o mesmo número sempre;é engraçado mas há algo de apaixonante em tanta ignorância,e é nessa hora que eu queria saber dizer de um jeito que você pudesse compreender sozinho o quanto eu gosto de cada loucura inesperada proveniente de você,e do quanto a minha neurose por racionalidade se esvai quando você passa por perto,e quando me puxa para perto,e quando me quer por perto do seu jeito neurótico e tão homem de dizer só com um olhar que me quer,e que eu sou a única que te faz perder um segundo de ar.
Eu gosto de brincar de ser única,e gosto de ver você mentir isso para todas as pessoas que me olham por onde eu ando,e por onde você está por perto.É bom fingir ser sua,e melhor ainda ver que no seu fingimento há um fundo de verdade maior do que qualquer orgulho que te impeça de me ligar de novo,me procurar de novo,e dizer de novo o quanto ouvir a minha voz sem ver meu sorriso torto no canto da boca deixa seu dia totalmente perdido.Sua vida totalmente sem vida.E seu pulmão precisando de ar.E de mim.E da gente.
Isso é mais louco do que nós dois e tudo que a gente vive,mas eu só quero que você vá para eu te trazer de volta depois,mesmo sempre não querendo que você se vá de uma vez,e volte de uma vez,para sempre.E queira todo dia,todo final de semana,me chamar para ver um filme novo,conhecer um barzinho novo,visitar um restaurante novo,e insistir nessa história tão surrada que de tão repassada nós já até decoramos.E eu ainda não enjoei dela,e do teu número no identificador de chamadas do meu telefone,da sua mão tocando a minha perna para nos enganar que eu sou sua,e do cheiro do seu perfume que é até enjoativo,mas eu não enjôo,e sempre acho o melhor cheiro do mundo.Melhor do que o cheiro da nossa casa presente nos planos de brincadeira,e que a flor que você deixou no meu armário e nunca me disse que era de fato um presente seu.Mas eu sempre soube,e sempre sei que meu dia vai ter graça à partir do momento que o toc toc do meu salto alto incomodar teu silêncio e te fazer me olhar,e sair da sua mesa e correr para a minha sala,e inventar mil telefonemas só para eu te passar o número do meu novo celular,da minha nova casa,da minha blusa nova só para você não errar no número quando for me comprar um presente,mesmo você nunca errando.Sempre acerta,e é por isso que eu te mando embora;eu quero que você faça errado,me faça deixar de querer você assim,para que à cada nuvem de raiva que rondar a minha cabeça quando a sua tempestade de burrices aparecer,eu possa querer me molhar mais ainda na chuva,no mar,e no oceano imenso que você diz navegar cada vez que olha para mim.Eu quero navegar na gente,na nossa história,e quero que você pare de ouvir as minhas ordens inúteis e faça tudo diferente,de novo.
Vamos,me ligue,me leve sem rumo para algum lugar de novo,me faça querer desistir de todos os meus planos para o final de semana só para assistir um filme banal no canal pago comendo pipoca debaixo de um edredon no seu apartamento.Ou para ir em algum lugar novo,ou antigo,ou o mesmo de sempre.Me faça dispensar meus amigos,meus casos,meus amores vem-e-vão muito mais que você.Me queira e me faça querer ter você por perto o suficiente para perder o controle sobre a minha racionalidade,e brigar com meu coração enorme que te encaixa perfeitamente dentro dele,gritando para ele diminuir e expulsar você de novo,só para ele pulsar mais forte dentro de mim para provar que ele é sempre mais forte,e sempre ganha.E que você sempre vai me ganhar.Ontem,hoje,amanhã,na semana que vem.E é impossível que você não saiba disso,que o fortinho do seu peito não diga para você o quanto eu adoro ficar deitada nele perdendo meu noticiário matinal,e que a distância entre as nossas casas - e as nossas vidas - parecem ainda maior quando o seu orgulho te leva para o seu caso de amor mais oportuno e viável.
E você decide ouvir o que eu não digo,e achar que eu sempre disse tudo.E esquece de ver que ironicamente,eu minto para mim e para você e para a gente todos os dias,dizendo que eu quero você ás vezes,mas eu sempre sei,e algo sempre me diz,o tempo todo,a todo instante,que eu quero você muito mais do que por alguns momentos,algumas distrações,algumas risadas,algumas diversões.Eu sei,e você sabe,que o querer sempre será sempre pouco para nós dois,e que o espaço vago entre o meu orgulho e a minha enorme parte sentimental tem exatamente o seu tamanho.
E você sabe,e eu sei,que na nossa vida tem espaço para tudo que a gente desacredita,mas continuamos vivendo.
Acho que está exatamente aí a graça : nós nunca entendemos nada,mas é andando de mãos dadas no claro,um ao lado do outro,que aceitamos sem questionamentos que nem tudo precisa fazer sentido mesmo.

segunda-feira, 15 de março de 2010

50 coisas para se fazer antes de completar [meus] 50 anos.

1 - Tomar banho de chuva,chegar encharcada em casa e rir de sí mesma quando olhar no espelho e ver a maquiagem borrada e o cabelo totalmente bagunçado.
2 - Tomar banho de chuva sem medo de pegar resfriado.
3 - Beijar na chuva.
4 - Passar mal de tanto rir de uma piada ridícula que só você e sua melhor amiga entendem (rir juntas,preferencialmente).
5 - Chorar e se chingar de idiota por mais de um hora por ter feito algo,e fazer tudo outra vez,igualzinho,só por masoquismo.
6 - Agir por impulso,sem pensar em nada antes,e ver que foi a melhor escolha que já fez.
7 - Beijar um cara feio só por caridade.
8 - Beijar um cara lindo só para fazer inveja nas amigas.
9 - Beijar o cara da sua vida.
10 - Se formar na faculdade,conseguir o que sempre quis,e ter dinheiro para comprar todas as porcarias sem sentido e todas as roupas mais cobiçadas por seus olhos.
11 - Mudar totalmente a cor do cabelo e ver que até ficou bonito.
12 - Aprender a tocar um instrumento musical.
13 - Tentar,num momento insano,invadir a edição de uma revista e conversar com o editor chefe para conseguir um emprego.
14 - Ver o pôr-do-sol numa praia maravilhosa.
15 - Ver o pôr-do-sol em uma das praias da Austrália.
16 - Colocas os pézinhos nas areias de Bond Beach.
17 - Pegar um avião e ir para o outro lado do mundo (literalmente) e procurar por alguém sem nem sequer saber endereço/telefone.
18 - Fazer intercâmbio e se hospedar na casa de uma família totalmente diferente da sua e fazer com que eles queiram te adotar para sempre.
19 - Contar as estrelas do céu sem preocupação nenhuma com o tempo que isso irá levar.
20 - Transar sem amor.
21 - Transar com amor.
22 - Descobrir que tudo com amor se torna muito melhor.
23 - Ter um apartamento próprio,com um closet e janelas com lugarzinho para sentar.
24 - Morar em meio ao caos paulistano e adorar isso.
25 - Ir à um espetáculo do Cirque d'Soleil.
26 - Ir à um show do The Fray.
27 - Ir à esses dois lugares com uma companhia agradável.
28 - Acordar com uma rosa sobre o criado mudo,com um bilhete ao lado escrito 'Bom Dia',quando achava que havia adormecido acompanhada mas acordaria sozinha pelo resto da vida.
29 - Casar.
30 - Ter filhos.
31 - Ter netos (isso pode deixar para depois dos 50)
32 - Ter alguém que lhe faça querer ter todas essas vontades em uma vida.
33 - Mandar seu chefe à merda.
34 - Se demitir e mandar toda a sua empresa à merda.
35 - Montar um próprio negócio e ser mais feliz do que em todos os outros empregos anteriores.
36 - Fazer aulas de teatro.
37 - Assistir a um espetáculo na Broadoway.
38 - Cantar num karaokê público.
39 - Sair de carro sem destino certo.
40 - Fazer um lual na praia,com um violão,uns amigos,uma fogueira e algumas boas histórias para relembrar.
41 - Tirar uma foto embaixo da Torre Eiffel.
42 - Mandar uma carta para alguém que mora longe e que você sente saudades.
43 - Receber uma resposta e chorar como criança.
44 - Brincar com teus filhos/sobrinhos como se ainda fosse uma criança.
45 - Ser socialmente/femininamente/relacionalmente/completamente independente.
46 - Enjoar da independência e procurar algo para depender.
47 - Ler mais de 500 livros.
48 - Sentir a neve cair-lhe sobre o rosto.
49 - Esquiar no Canadá.
50 - Conhecer Harvard.



Porque viver sem sonhos é somente existir...






(A ordem das coisas não condiz com o seu grau de importância)

sábado, 6 de março de 2010

Pausa para descanso : é hora de viver.

E quando eu acho que consigo fazer as coisas e resolver a minha vida racionalmente,aparece você e acaba com todo.Destrói tudo que eu sempre construí dentro de mim mesma e se encaixa numa parte que nem tinha seu tamanho exato.Eu guardei todos os meus planos e promessas para mim mesma,para só contar tudo detalhadamente quando encontrasse aquele cara de sorriso torto,palavras bonitas e gostos exóticos.Aí você surge de um lugar que eu passei longe e correndo por tanto tempo e me faz querer tudo que eu não quero para mim.Bom,na verdade eu até quero,só é mais fácil não querer.E racional.E concreto.E certo.E eu.
Meu eu sempre tão controlador luta para se libertar das suas próprias amarras e ir de encontro ao desconhecido.E meu lado insano briga com meu eu racional para ele deixar de ser tão retrógrado.Ele quer viver,e eu quero também.A diferença é que não da mesma forma.
O problema é que a vida,a existência,e o dia de sol ou chuva ficam sem graça quando você nao se inclui neles,mesmo que simplesmente dizendo nada útil e relevante.E problema maior é a tamanha graça que eu vejo nas coisas bobas que você faz.E nas piadas tontas que você conta.E nas frases filosóficas que você inventa.E no olhar penetrante e indecifrável que você envia para mim com mensagens subliminares que eu finjo nunca entender.
Ás vezes escapa aqui e alí um sorrido empolgado demais e um abraço ainda mais inesperado.Uma mensagem inusitada e uma aparição indesejada.Um caminhar de mãos dadas e o diálogo mudo.E o beijo no escuro e o desejo reprimido de nunca ir embora.
Mas você sempre vai,e eu sempre mando.Porque eu nunca pretendo te deixar ficar por muito tempo.De fato meu auto controle não é tão bom e eficaz assim.
É tudo uma brincadeira.
É tudo uma diversão.
É a risada alta de besteiras faladas sem pensar.É a provocação certeira em algo que normalmente resultará em um tapa depois - e uma cara (teatralmente) emburrada.É o abraço depois.A brincadeira depois.O beijo depois.
É o passeio despretenciosamente pretendido o tempo todo,assim como cada mínima ação.
Você pretende ficar onde estamos,e eu pretendo não querer ir adiante.
E nessa nossa brincadeira de romance,eu vou olhando para os lados enquanto o carro passa rápido pela avenida,e ainda assim não encontro nada que melhore mais meu dia do que sua cara de paisagem seguida então de uma risada involuntária.E eu vou brincando de amarelinha com meus planos e meu orgulho impenetrável,pulando tudo isso para poder chegar até o céu - mesmo que muita gente denomine isso inferno.
É algo mais próximo de paraíso que eu já cheguei,e que me faz querer ser a criança que pula amarelinha até quando o cara do sorriso torto aparecer e me dizer tudo que eu sempre quis ouvir - e que por algum motivo não acho vitalmente necessário agora.
Ele está aí,em algum lugar,eu sei.E com certeza pensando no quanto você é um tremendo sortudo por ter minha companhia,minhas risadas,meus abraços e minhas vontades insanas involuntárias.E pensando no quanto você é burro por deixar isso passar.E pensando no quanto nós somos burros por não querer deixar isso ficar.E pensando no quanto eu preciso ser menos para conseguir me encaixar no nosso mais e me sentir feliz.E me sentir vivendo.E me sentir viva.
Não tem nada a ver com sentimentos.Definitivamente passa longe disso.
Tem mais a ver com algo sem explicações que de fato eu nunca procurei - ou nunca mais quero encontrar.
É bom esse gosto de insanidade que fica em mim toda vez que eu te vejo arrancar com o carro e ir para longe de novo.É bom essa sensação de totalidade momentânea que dá cada vez que eu acordo com meu celular tocando,sendo despertada por você.É bom o cara do sorriso torto me achar uma tola,porque eu nem tô ligando a mínima para ele agora.É bom pular amarelinha,brincar de romance e não ter que levar isso à sério.E é bom ver seriedade em tudo que você faz,mesmo sabendo que não passa de uma tática mal feita para me convencer a te deixar ficar mais um tempo.É bom me esquecer de tudo que eu sempre planejei,para viver o que eu quero sempre,a toda hora.
É bom me perder,e é melhor ainda te achar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um fim antes de qualquer começo.

Comecei a reparar no quanto gastamos nosso precioso tempo de vida nos preocupando em ser a excessão à regra de todas as coisas.
Eu sempre quis a boneca mais bonita,o sapatinho mais rosa,o caderno mais florido e as canetas mais purpurinadas;minha infância sempre foi cheia de 'eu quero mais,quero O mais,quero ser a diferente'.Toda criança é um pouco assim,mesmo vendo que a grama do vizinho sempre parecerá mais verde.O problema (ou solução) é que eu nunca tive a boneca mais bonita,o sapatinho mais rosa,o caderno mais florido e as canetas mais purpurinadas.E eu era feliz com isso.Eu não me aguentava de alegria no primeiro dia de aula,só porque poderia finalmente usar minhas canetas bic super simples,minhas canetinhas e lápis de cor razoáveis e minhas canetas coloridas da lojinha de 1,99 - que tinham uma leve purpurina fajuta - que minha mãe comprava reclamando e dizendo que eu as perderia na semana seguinte.E eu sempre fui feliz com isso.E sempre perdi os lápis,a borracha,as canetas,e sempre fui mais feliz ainda porque roubava todas do meu irmão depois - exceto as canetas ''purpurinadas''.
Eu fazia parte daquela massa da sociedade que tinha tudo do mais simples,e era feliz com isso,e mesmo almejando por coisas grandes,sabia ver na simplicidade algo mais valioso do que os pontinhos brilhantes de uma caneta.Ou de uma pulseira de ouro.Ou de uma vida diferente da que eu tinha.Mas com o tempo,as canetas brilhantes perdem o valor,e você quer brilhar de tantas outras e diversas maneiras.Quer a roupa mais cara,o sapato mais bonito,o carro mais novo,e o amor mais incomparável e único.E perde tanto tempo buscando ser/ter tudo isso,que acaba esquecendo de que fazer parte da regra não é tão ruim assim ás vezes.ÁS VEZES.
Eu sinceramente não gosto muito,mas,refletindo sobre isso,concluí que em um aspecto é geralmente igual para todo [o meu] mundo : no amor.
Esperar ser a excessão entre tantas histórias trágicas que vejo se passando na minha frente,do meu lado,na esquina de casa ou num lugar distante é pura utopia.É engano.É querer algo e querer agora.É acreditar no possível quando não há chances.
No meu mundo de sonhos eu sempre serei a excessão,e meus príncipes sempre chegarão em cavalos brancos e me salvarão de monstros amedrontadores.E isso vai ser a minha razão de felicidade,e o suficiente.
Na minha realidade,eu acordo todos os dias tendo certeza de que eu sou uma regra no NOSSO assunto,e você já ficou bem longe de ser minha excessão.Na verdade,você sempre foi muito a regra.E eu,como todas as pessoas desse universo que gostam do oposto,enxergava excessão em tudo que era proveniente de você,e isso me fazia acreditar cada dia mais que éramos a excessão.Mas não éramos,nem nos deixamos ser.Apenas não passamos de dois burros tentando fazer as coisas direito para daqui há alguns anos olharmos para trás e dizermos : 'eu era a regra,hoje sou a excessão!'
Oh,que hipocrisia,que falta de visão,que engano.
Hoje eu decidi [querer] ser a regra.
Não quero mais tentar colocar diferenciação onde evidentemente sempre será uma mesmisse cansativa.
Você sempre vai me olhar com aquela cara de 'encantamento-misturado-com-uma-vontade-louca-de-me-puxar-pelo-braço-e-dizer-que-eu-sempre-pertenci-a-você',mas vai passar na minha frente como se estivesse desfilando numa passarela de desejos reprimidos que só a gente possui.E eu sempre vou notar todas essas coisas em você,e fingir que odiaria se você fizesse tudo aquilo que sua ''racionalidade'' reprime.E não vou te olhar e desviar logo em seguida só para você não perceber que eu te encontrei,porque,afinal,eu olharia para qualquer cara que eu achasse completamente gato e o deixaria notar isso,por que com você tem que ser diferente?
Eu cansei de ter medo de tudo,e de você,e do que poderia ser da gente,porque afinal,só se tem medo do que causa algum efeito relativamente corrosivo na mente,no coração,na vida,e efeito é algo que você não me causa mais.Aliás,faz muito tempo que essa história se encontra sem 'causa e efeito',tanto que virou monotonia.
E eu,como boa utópica,sonhadora,admiradora da grama do vizinho e HUMANA que sou,quero mais do que isso.Preciso de mais do que isso.E preciso não querer mais te transformar na minha excessão.
Você não é,nem nunca foi.E nós nunca seremos uma também.
E se eu estiver redondamente enganada,que você apareça amanhã com flores na minha porta,dizendo o quando se arrepende,o quanto me espera,e o quanto quer virar a esquininha da sua rua todos os dias novamente,com cara de bobo e sentindo saudades mesmo tendo acabado de me deixar.
Se nós formos a excessão,que eu olhe agora para dentro de mim,das minhas vontades,para o meu celular e para a minha secretária eletrônica e encontre você do jeito mais inusitado e surpreso possível,me desejando boa noite simplesmente por não conseguir dormir sem isso.Se formos uma excessão,você vai estar dentro de mim agora,cutucando meu coração e o fazendo bater mais forte à ponto de querer fugir de mim e correr até a sua cama e ficar ao lado do teu travesseiro,te fazendo ninar ouvindo um 'tum tum' descompassado,mas que sempre soou como música aos teus ouvidos.Quero ter vontade de você de novo,e quero que elas não passem mais.Quero te ver em mim,me ver em você,e ver estampado no rosto de todas as outras pessoas a vontade de ser como a gente,mesmo estando longe de sermos um casal perfeito.
Mas sei que não virá.
As flores não virão amanhã,o telefone não irá tocar,a mensagem não irá chegar,e eu não encontro mais você dentro de mim.
Você foi embora junto com os meus suspiros de raiva e as minhas palavras banais ditas repetidas vezes proferindo o quanto eu não suportava tuas manias insanas e teu jeito meio tonto de agir.
De tanto te expulsar sem que você me ouvisse,eu acabei de tirando de mim sem pedir licença.Eu só tenho pena das outras pessoas que não verão em nós uma vontade de querer se tornar excessão à regra também.
Preciso voltar a ficar contente com os pontinhos brilhantes das canetas coloridas,com o caderno florido,e com a minha vida tão cheia de regras e desfalcada de excessões.
Quero voltar a querer o colo da mamãe a todo instante ao invés de querer o seu,mesmo que só por algumas horas no dia.
Quero de volta a capacidade de brincar com as minhas bonecas sem perna,braço,cabeça,e achar isso o máximo,e voltar a nos achar o mínimo do que pode acontecer de mais prazerosamente memorável na minha vida.
Quero o sorvete comprado na esquina,quero o algodão doce do tio da barraquinha azul cor-de-céu que sempre parava perto de casa quando eu voltava da escola,para esquecer dos restaurantes ótimos que conheci,dos vinhos ótimos que provei,e das cenas mais perfeitas ainda que tenho gravadas na minha mente como se tivessem sido escritas em pedra.
Quero conseguir ser feliz de novo sendo regra,porque de excepcionalidade já me basta tudo que eu quero de novo quando,por ventura ou propositalmente,você decide fazer alguma coisa,e eu por bobeira torno as minhas vontades tão contraditórias.
Eu quero querer tudo isso,sem querer contraditóriamente ver sua cara de sono acordando do meu lado todos os dias pelo resto da vida.E quero querer ainda mais que isso seja verdade amanhã,semana que vem,ano que vem,e até quando a minha vida durar,e não só se tornarem mais algumas centenas de palavras que eu escrevo de madrugada e meu cérebro no seu ritual de limpeza,apaga tudo ao meu fechar de olhos para adormecer,escrevendo tudo diferente.
Não há diferenciação,não há mudanças,não há possibilidades.
Só há eu.
E você.
Agora separados,de fato,por um ponto final - pelo menos até quando minha vocação para sentimentalismo escrita deixar.

terça-feira, 2 de março de 2010

Vontade de um 'para sempre'...

Hoje acordei com uma vontade louca de você.E isso vai,e volta,e permanece.Eu expulso,mando embora,ela vai quietinha e depois volta cautelosa,e quanto eu me dou conta,só tenho vontade de olhar para o seu sorriso de olhos fechados que me mostram o lado bom da vida.E de andar de mãos dadas com você na rua,contando histórias e rindo das pessoas estranhas que a gente desde sempre teve a mania de notar ao mesmo tempo.De contar nossas piadas tontas e que sempre tiveram tanta graça,e de correr da chuva e esconder embaixo da janela de qualquer lugar,a qualquer hora,de qualquer jeito,com qualquer coisa acontecendo e com o mundo explodindo lá fora - ou sendo inundado no caso de chuva.E de correr com você na chuva.Te esperar e te abraçar na chuva,e morrer de frio com você e te ouvir implorar meu abraço pra amenizar isso - como se eu não te abraçasse até sem motivos convincentes para isso.
Vontade de ver você chegar e não querer ir embora,e de não te deixar ir embora e te fazer ficar pra sempre comigo - mesmo que o 'pra sempre' seja algumas horas que,assustadoramente,passam mais rápido do que deveriam.Vontade de ouvir você dizer que eu sou mais linda que o resto do mundo mesmo com o vento bagunçando meu cabelo,minha franja,e com você bagunçando minha respiração e minhas reações,e que o resto do mundo é insignificante diante de tudo que você vê no meu olhar,no meu sorriso,e no nosso futuro.Vontade de um futuro diferente dos meus planos,vontade de mudar os meus planos,e vontade de te incluir neles.
Essas vontades de você são como tsunamis que destroem toda a costa,o interior,e todas as partes do local onde atingem...elas aparecem instantaneamente - assim como você,quase sempre - e arrasam com tudo,acabam com tudo,e levam tudo embora,deixando o nada em meio ao caos,a confusão,precisando de ajustes,conserto,zelo.A diferença é que a cada vez que elas retornam e levam tudo embora,uma parte sua que fazia parte do meu aparente nada acaba por ir junto,e elas já me visitaram tantas vezes,que de tantas idas e vindas,acabaram te levando por inteiro.
E então só restaram elas.
Ás vezes,a vontade vem,e eu luto contra meu instinto natural que só quer correr até a rua da sua casa e te abraçar na chuva,no sol,no frio,ou a qualquer hora do dia,e te dizer com todas as letras que eu te quis tanto e você não soube ler isso,nas entrelinhas,na minha testa,nos recados,nas mensagens,nos olhares e no muro da sua casa.Nos outdoors da avenida,nos anúncios publicitários,nas propagandas da tv : tudo tão evidente e você sempre procurando...e nunca encontrando.Sempre achei incrível essa incapacidade do teu cérebro em não ver o óbvio existente bem na tua frente - e ainda mais vivo dentro de você.Para minha sorte (ou azar),e do meu ego,e do meu amor próprio,você nunca viu.E nunca vê.Você sempre tem essas vontades tão comparáveis,idênticas e até MAIORES que as minhas,e tampouco entende porque,assim como eu não entendo o motivo de ter vontade de escrever sobre você quase toda madrugada.De falar com você quase todos os dias.De saber de você quase toda semana.De ler sua mente quase a todo instante.E de querer que esse quase se torne algo,de fato.Porque foi sempre esse quase que deixou a gente andar sozinho pelas ruas,sem contar histórias,rindo mais solitários ainda de piadas que fizemos juntos.Foi esse quase que nos fez ter medo da chuva,do frio,do calor,e das horas do dia que passam e nós permanecemos sentados,correndo ou andando,vendo a vida passar e esperando que o quase seja algo inteiro um dia.
Inteiramente,totalmente,completamente,eu não quero mais querer e esperar só pelo quase.Eu quero tudo,quero sempre,quero agora.Quero fatos,quero histórias,quero contar para os meus netos o quanto teu cabelo bagunçado encantava todas as mulheres do seu círculo de amigos,do meu círculo de amigos,do círculo de amigos dos seus amigos,e de todos os lugares por onde nós circulávamos juntos,e que as faziam me odiar por ter você do meu lado.Quero ouvir eles me dizerem do seu segredo contado para eles,que consistia no fato de morrer de ciúmes de andar de mãos dadas comigo pela rua e ver aquele cara do semáforo,da loja da esquina,do carro do ano e de qualquer lugar que fosse quebrar o pescoço para olhar para a sua mulher.SUA.E ouvir eles me contarem da sua vontade de gritar para o mundo inteiro que eu era sua propriedade,sua companheira,sua baixinha mandona,e sua sentimental que lutava para manter seu escudo contra mimos sempre à postos,e de fazer isso andando para sempre de mãos dadas comigo,até quando o para sempre durasse.
Quero o quentinho do teu abraço me protegendo do frio,e quero sentir frio só para,como pretesto,pedir para você me abraçar mais uma vez antes de te deixar ir embora.Quero não te deixar ir embora,e quero a nossa permanência no mesmo lugar,no mesmo lar,nos mesmos planos,na mesma vida.Quero essa vontade todo dia,e que ela nunca passe,e que você não venha e volte ao ponto inicial junto com ela.Quero que fique,que permaneça,com todos as suas manias e trejeitos que me fazem querer te aprisionar no cantinho do meu peito e te deixar alí guardado,sem que você queira sair - apesar de você nunca ter pretendido isso de fato.Você pretende sempre estar,e eu sempre quero que esteja,certo,errado,enganado ou burro,porque esse jeito burro de te querer e esse seu jeito ainda mais burro de não querer ir embora é o que me faz acordar de manhã e ver graça no despertador tocando a música que nós dançamos juntos naquele baile de formatura.E me faz querer tudo isso mais uma vez,de verdade e sem vontades de te mandar ir e seguir em frente e não procurar mais nada no passado,que eu sempre quis deixar guardado na caixinha de presentes seus escondida no fundo da última gaveta do meu armário.
E eu quero querer,um dia,esquecer meu ego/orgulho/uma parte não agradável do passado também guardada na caixinha,e te dizer tudo isso,clara e [nada] objetivamente.
Talvez,um dia,quem sabe...